Contexto de Mercado
O setor de energia elétrica desempenha um papel fundamental no desenvolvimento socioeconômico de um país, fornecendo eletricidade para diversos setores da economia e melhorando a qualidade de vida das pessoas. No caso do Brasil, há uma série de pontos positivos e desafios específicos que afetam o setor de energia elétrica.
Pontos Positivos:
Recursos Naturais: O Brasil possui uma abundância de recursos naturais favoráveis à geração de energia elétrica. Destacam-se as usinas hidrelétricas, devido aos grandes rios e reservatórios existentes, bem como o potencial para energia eólica e solar em várias regiões do país.
Diversificação da Matriz Energética: O Brasil possui uma matriz energética diversificada, com destaque para a geração hidrelétrica, que representa a maior parte da capacidade instalada. Além disso, há investimentos crescentes em energia eólica, solar, biomassa e gás natural, proporcionando uma base energética mais equilibrada e resiliente.
Autossuficiência Energética: O país possui uma posição de destaque em termos de autossuficiência energética, sendo capaz de suprir sua demanda interna de eletricidade sem depender significativamente de importações.
Potencial Exportador: Com uma matriz energética diversificada e excedentes de geração, o Brasil possui potencial para se tornar um importante exportador de energia elétrica para países vizinhos ou mesmo para mercados internacionais mais distantes.
Inovação Tecnológica: O setor de energia elétrica no Brasil tem se beneficiado de avanços tecnológicos, incluindo o desenvolvimento de redes inteligentes (smart grids), armazenamento de energia, integração de energias renováveis e digitalização, que trazem maior eficiência e resiliência ao sistema.
Desafios:
Infraestrutura Limitada: O Brasil ainda enfrenta desafios em termos de expansão e modernização de sua infraestrutura de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. A necessidade de investimentos em linhas de transmissão, subestações e redes de distribuição é um desafio contínuo para garantir a confiabilidade e qualidade do fornecimento de eletricidade.
Dependência de Hidrelétricas: Embora a geração hidrelétrica seja uma vantagem em termos de recursos naturais, a dependência excessiva desse tipo de energia também pode representar um desafio. Períodos de seca e a necessidade de reduzir o impacto ambiental podem afetar a disponibilidade de energia hidrelétrica, exigindo diversificação da matriz energética.
Regulação e Tarifas: O setor de energia elétrica no Brasil é altamente regulado, com uma complexa estrutura de tarifas que pode gerar desafios para a atratividade de investimentos privados. É necessário promover uma regulação adequada que equilibre o interesse dos consumidores, das empresas e o desenvolvimento sustentável do setor.
Integração de Energias Renováveis: A integração em larga escala de energias renováveis intermitentes, como a eólica e solar, apresenta desafios relacionados à variabilidade da geração e à necessidade de investimentos em tecnologias de armazenamento de energia e redes inteligentes para garantir a estabilidade do sistema elétrico.
Potencialidades Naturais do Brasil e Benefícios para as Empresas de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia
O Brasil possui uma ampla variedade de recursos naturais que podem ser explorados para a geração de energia elétrica. Entre as potencialidades naturais do país estão:
Energia Hidrelétrica: Os rios e reservatórios brasileiros oferecem um enorme potencial para a geração de energia hidrelétrica. As empresas de geração se beneficiam ao construir usinas hidrelétricas, aproveitando a disponibilidade de água para produzir eletricidade de forma renovável e de baixo custo.
Energia Eólica: O Brasil possui uma extensa costa e regiões com ventos favoráveis, especialmente no Nordeste e no Sul do país. As empresas de geração podem aproveitar esses recursos e investir em parques eólicos para produzir energia limpa e renovável.
Energia Solar: O Brasil possui alto índice de irradiação solar em várias regiões, tornando-se propício para a geração de energia solar. Empresas podem instalar usinas solares e sistemas de geração distribuída para aproveitar o potencial solar e fornecer energia limpa para residências, indústrias e comércios.
Biomassa e Gás Natural: O país tem vastas áreas agrícolas e florestais, gerando resíduos que podem ser utilizados na produção de energia por meio de biomassa. Além disso, o Brasil possui reservas significativas de gás natural, que podem ser exploradas pelas empresas de geração para produzir eletricidade de maneira mais limpa e eficiente.
As empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica se beneficiam dessas potencialidades naturais por meio do investimento em infraestrutura e tecnologias adequadas. Ao aproveitar os recursos naturais disponíveis, essas empresas podem diversificar suas fontes de geração, melhorar a eficiência energética e contribuir para a sustentabilidade do setor.
Diferenciação dos Setores de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia
Setor de Geração: É responsável pela produção de energia elétrica a partir de diferentes fontes. As empresas de geração investem em usinas e parques geradores, como hidrelétricas, termelétricas, eólicas, solares, biomassa, entre outras. O principal ponto positivo desse setor é a capacidade de aproveitar os recursos naturais disponíveis, gerando eletricidade de forma renovável e sustentável. No entanto, um dos desafios é a necessidade de investimentos contínuos em infraestrutura e tecnologias para garantir a diversificação da matriz energética e a estabilidade do suprimento.
Setor de Transmissão: Responsável por transportar a energia elétrica gerada pelas usinas até os centros de consumo. O principal ponto positivo da transmissão é garantir a entrega eficiente da eletricidade a longas distâncias, minimizando perdas no processo. As empresas de transmissão investem em linhas de transmissão, subestações e tecnologias avançadas para garantir a confiabilidade e a qualidade do fornecimento. O desafio nesse setor está na necessidade de expansão da infraestrutura de transmissão para acompanhar o crescimento da demanda e a integração de novas fontes de geração.
Setor de Distribuição: Responsável por entregar a energia elétrica aos consumidores finais, sejam eles residenciais, comerciais ou industriais. O principal ponto positivo da distribuição é garantir o acesso confiável e seguro à eletricidade em nível local. As empresas de distribuição investem em redes de distribuição, subestações, medidores e sistemas de monitoramento para garantir a continuidade do fornecimento. Os desafios desse setor incluem a modernização da infraestrutura de distribuição, a redução de perdas técnicas e comerciais, além da incorporação de tecnologias inteligentes para melhorar a eficiência e a qualidade do serviço.
Em resumo, o setor de energia elétrica no Brasil possui potencialidades naturais significativas, como a geração hidrelétrica, eólica, solar, biomassa e gás natural. As empresas de geração, transmissão e distribuição podem se beneficiar desses recursos naturais por meio de investimentos em infraestrutura, tecnologias e inovação. No entanto, existem desafios relacionados à expansão da infraestrutura, regulação, integração de energias renováveis e garantia de qualidade e confiabilidade do fornecimento. Superar esses desafios é fundamental para promover o desenvolvimento sustentável e eficiente do setor de energia elétrica no Brasil.
Resultado positivo apresentado pela Engie
Operacional
A produção de energia elétrica nas usinas foi de 14.7 GWh, 20% superior ao 4T22, desconsiderando a usina termelétrica Pampa Sul. Do total, as usinas foram responsáveis pela geração de 13 GWh, enquanto que as complementares por 1.69 GWh, um aumento de 20,8% e 16,3% respectivamente, quando comparados com o 4T22. O transporte de gás no 4T23 obteve um volume médio de 30,5 milhões de m³/dia vs 36,2 milhões m³/dia do 4T22. O volume dos contratos extraordinários foi de 14,2 milhões de m³/dia, 16% do volume total contratado pela TAG.
Receita Líquida
A receita Líquida neste 4T23 foi de R$ 2.7 bi, uma queda de 12,6% em relação ao 4T22. Essa redução deve-se - setor
de Geração e venda de energia: redução na receita com contratos de venda de energia, parcialmente compensado pelo acréscimo do preço médio líquido da venda; queda na remuneração dos ativos financeiros da outorga das Usinas
Hidrelétricas Jaguara e Miranda; acréscimo de R$ 103 milhões nas operações realizadas de curto prazo. Trading
- Redução de R$ 60 milhões oriundas do decréscimo da receita das operações realizadas. O preço médio de venda de energia atingiu R$ 229 MWh no 4T23, 2,8% superior ao do mesmo período do ano passado, impactado principalmente pela atualização monetária dos contratos em vigor, parcialmente compensado pela venda da subsidiária Pampa Sul, que possuía preços de venda superiores à média.
Custos
Os custos no 4T23 ficaram em R$ 1.3 bi, uma queda de 21% em relação ao 4T22. Influenciados principalmente por:
redução de R$ 10 milhões no segmento de geração e venda de energia; decrescimento de R$ 295 milhões nos custos de transmissão e queda de R$ 54 milhões nos custos de operação de trading. Além da queda dos custos, o seu peso na Receita líquida também caiu de 54,6% para 49,2%, um decrescimento de 5.4 p.p., o que denota um ganho de eficiência operacional no ano.
EBITDA
A empresa reportou um EBITDA de R$ 1.63 bi, uma queda de 5,6% no comparativo anual. Esse resultado foi impactado principalmente por: + R$ 32 milhões no setor de transmissão de energia; + R$ 25 milhões resultado de participação societária - TAG. Parcialmente compensado por: - R$ 149 milhões no segmento de geração e venda de energia; - R$ 5 milhões decorrente do segmento de trading. A Margem EBITDA da companhia 60,4% no 4T23 vs 55,9% do 4T22, um aumento de 4.5 p.p, impactado pela reconciliação do lucro líquido com EBITDA, bem como os impactos de ajustes regulatórios de transmissoras.
Lucro Líquido
Lucro líquido de R$ 948 milhões (+ 6,4% vs 4T22). Esse resultado deve-se principalmente: variação positiva de efeitos não recorrentes; redução do EBITDA ajustado, redução do imposto de renda e da contribuição social.
Capex
O Capex da Engie no 4T23 chegou a R$ 981 milhões e foram direcionados da seguinte forma: aumento de participação no Consórcio Machadinho, Conjunto Eólico Serra do Assuruá, Novo Estado de Transmissora de energia, Gavião Real transmissão, Asa Branca transmissão, Conjunto Fotovoltaico Assú, dentre outros projetos de geração e transmissão de energia.
Endividamento
A dívida bruta da companhia, no 4T23, totalizou R$ 20.6 bi, um aumento de 15,3% em comparação com o mesmo período do ano passado. Resultado da emissão de debêntures; saques junto ao BNDES para construção dos Conjuntos Eólico Santo Agostino e Assuruá.
A composição da dívida é:
§ 5% - TJLP;
§ 78% - IPCA;
§ 17% CDI;
A dívida líquida ficou em R$ 15.3 bi, uma queda de 2,2% em relação ao 4T22.
Relatório e Gráficos
Atividade
DRE
EBITDA, EBIT e Margens
Índices de Liquidez e Balanço Patrimonial
Proventos e Índices de Rentabilidade
Endividamento